quinta-feira, 16 de maio de 2013

Arbitragem Eletrônica


Apesar de parecer um assunto “velho” a arbitragem eletrônica é um assunto muito discutido ainda no mundo do futebol, ainda mais com a proximidade da copa das confederações e do mundo.

Nenhum esporte do mundo parece tão arcaico como o futebol. São 150 anos desde as primeiras regras foram definidas. Desde então, apenas oito mudanças foram realizadas - a última delas, em 1992, proibiu que o goleiro agarrasse com as mãos um recuo que não fosse com o peito ou a cabeça. No que diz respeito à arbitragem, a resistência ao novo parece ainda maior. A FIFA prefere multiplicar os olhos humanos, a pedir ajuda das máquinas.

O futebol mudou, tornou-se mais dinâmico. Os jogadores correm muito mais. Por outro lado, nada escapa às onipresentes câmeras de TV. Arbitrar hoje é um tremendo abacaxi. Os juízes estão muito mais expostos. Exigir que não errem é uma desumanidade. A passos de cágado, a FIFA começa a discutir a implantação do uso da tecnologia para diminuir os erros de arbitragem. Pressionada pelas falhas grotescas na Copa do Mundo de 2010 e na Euro de 2012, a entidade aceitou testar no Mundial de Clubes recursos para detectar se a bola entrou ou não no gol. O Hawk-Eye (sistema de câmeras) e o Goal-Reaf (chip na bola) não precisaram ser acionados no torneio do Japão, mas receberam o aval para a Copa das Confederações e do Mundo. É pouco. A tecnologia pode ajudar muito mais.

Mas por que a FIFA resiste a ir além? Porque teme a “descaracterização do jogo”. Críticos às mudanças dizem que a arbitragem eletrônica afetaria a agilidade, emoção e até as discussões de bar.

Está na hora de colocar ao lado dos juízes e não contra, recursos capazes de aprimorar a arbitragem. Não se trata de propor um uso excessivo – na maior parte das modalidades que adotam a tecnologia, ela auxilia juízes a dirimir dúvidas exclusivamente em lances capitais.

Veja o caso do tênis. Começou, no inicio dos anos 90, a usar um feixe de luz na área de saque. Depois veio o sensor na rede. E desde 2005, o mesmo Hawk-Eye testado hoje no futebol é a ferramenta dos “desafios”, situação em que o tenista pode contestar a decisão da arbitragem em relação a uma bola que pingou dentro ou fora.

O futebol americano é um dos esportes mais abertos à tecnologia. Além de sete juízes em campo, técnicos também têm direito de desafiar a arbitragem.
Nos dois tipos de futebol, o da bola oval e o da redonda, as dimensões do campo e o número elevado de jogadores dificultam bastante à visualização de certas infrações.

Embora reconheçam a limitação humana e a necessidade de ajuda tecnológica, ex-árbitros ouvidos pela revista PLACAR admitem a dificuldade de adaptá-las às regras. Para Leonardo Gaciba, as únicas certezas são que tais recursos poderiam influir somente em lances de gol e impedimento. “Em situações disciplinares (como faltas) haverá sempre a necessidade da intervenção do juiz.”

Mas é possível colocar tudo isso em prática? Sim, e já. Chips na bola e câmeras para determinar se a bola cruzou a linha do gol são unanimidades e já foram aprovados. Com a nova tecnologia, há a possibilidade de aproveitar melhor os recursos humanos – o juiz ao lado da trave fica livre pra ajudar a marcar outros lances, como pênaltis e escanteios. Mas não se pode parar por ai.

Por que não adotar a revisão de imagens nos lances de gol em que o chamado quarto árbitro, em vez de atuar como babá de técnicos indisciplinados, seja encarregado de ver o replay a partir de uma tela instalada em sua mesa e, caso encontre alguma irregularidade, possa informar o juiz? Ou que, pelo ponto eletrônico, alerte o juiz de campo sobre a irregularidade, chamando-o para rever o lance por diferentes câmeras? Isso leva poucos minutos, o tempo de uma comemoração e o realinhamento das equipes em campo. É importante dizer que o juiz de campo deve ser soberano para acatar ou recusar o chamado do quarto árbitro, bem como decidir se o gol vale ou não.

Enquanto a FIFA se mantém longe de atravessar essa porta, certo mesmo é que a polêmica do uso da tecnologia no futebol continuará, ela própria, mantendo vivas as discussões de bar.

Reportagem retirada da Revista Placar do mês de março de 2013. Por Fabio Soares, Design de Gustavo Bacan.

3 comentários:

  1. Já passou da hora de usarem a bola com chip.

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  2. Meteria Crt C da porra!
    http://placar.abril.com.br/materia/tecnologia-ja-o-futebol-precisa-urgentemente-da-arbitragem-eletronica/

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    1. Não leu não? tá escrito no rodapé que foi retirado de lá, afs '-'

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