Apesar de parecer um assunto “velho” a arbitragem eletrônica
é um assunto muito discutido ainda no mundo do futebol, ainda mais com a
proximidade da copa das confederações e do mundo.
Nenhum esporte do mundo parece tão arcaico como o futebol.
São 150 anos desde as primeiras regras foram definidas. Desde então, apenas
oito mudanças foram realizadas - a última delas, em 1992, proibiu que o goleiro
agarrasse com as mãos um recuo que não fosse com o peito ou a cabeça. No que
diz respeito à arbitragem, a resistência ao novo parece ainda maior. A FIFA
prefere multiplicar os olhos humanos, a pedir ajuda das máquinas.
O futebol mudou, tornou-se mais dinâmico. Os jogadores
correm muito mais. Por outro lado, nada escapa às onipresentes câmeras de TV. Arbitrar
hoje é um tremendo abacaxi. Os juízes estão muito mais expostos. Exigir que não
errem é uma desumanidade. A passos de cágado, a FIFA começa a discutir a implantação
do uso da tecnologia para diminuir os erros de arbitragem. Pressionada pelas
falhas grotescas na Copa do Mundo de 2010 e na Euro de 2012, a entidade aceitou
testar no Mundial de Clubes recursos para detectar se a bola entrou ou não no
gol. O Hawk-Eye (sistema de câmeras) e o Goal-Reaf (chip na bola) não
precisaram ser acionados no torneio do Japão, mas receberam o aval para a Copa
das Confederações e do Mundo. É pouco. A tecnologia pode ajudar muito mais.
Mas por que a FIFA resiste a ir além? Porque teme a “descaracterização
do jogo”. Críticos às mudanças dizem que a arbitragem eletrônica afetaria a agilidade,
emoção e até as discussões de bar.
Está na hora de colocar ao lado dos juízes e não contra,
recursos capazes de aprimorar a arbitragem. Não se trata de propor um uso
excessivo – na maior parte das modalidades que adotam a tecnologia, ela auxilia
juízes a dirimir dúvidas exclusivamente em lances capitais.
Veja o caso do tênis. Começou, no inicio dos anos 90, a usar
um feixe de luz na área de saque. Depois veio o sensor na rede. E desde 2005, o
mesmo Hawk-Eye testado hoje no futebol é a ferramenta dos “desafios”, situação
em que o tenista pode contestar a decisão da arbitragem em relação a uma bola
que pingou dentro ou fora.
O futebol americano é um dos esportes mais abertos à
tecnologia. Além de sete juízes em campo, técnicos também têm direito de
desafiar a arbitragem.
Nos dois tipos de futebol, o da bola oval e o da redonda, as
dimensões do campo e o número elevado de jogadores dificultam bastante à
visualização de certas infrações.
Embora reconheçam a
limitação humana e a necessidade de ajuda tecnológica, ex-árbitros ouvidos pela
revista PLACAR admitem a dificuldade de adaptá-las às regras. Para Leonardo
Gaciba, as únicas certezas são que tais recursos poderiam influir somente em
lances de gol e impedimento. “Em situações disciplinares (como faltas) haverá
sempre a necessidade da intervenção do juiz.”
Mas é possível colocar tudo
isso em prática? Sim, e já. Chips na bola e câmeras para determinar se a bola
cruzou a linha do gol são unanimidades e já foram aprovados. Com a nova
tecnologia, há a possibilidade de aproveitar melhor os recursos humanos – o juiz
ao lado da trave fica livre pra ajudar a marcar outros lances, como pênaltis e
escanteios. Mas não se pode parar por ai.
Por que não adotar a revisão de imagens nos lances de gol em que o chamado quarto árbitro, em vez de atuar como babá de técnicos indisciplinados, seja encarregado de ver o replay a partir de uma tela instalada em sua mesa e, caso encontre alguma irregularidade, possa informar o juiz? Ou que, pelo ponto eletrônico, alerte o juiz de campo sobre a irregularidade, chamando-o para rever o lance por diferentes câmeras? Isso leva poucos minutos, o tempo de uma comemoração e o realinhamento das equipes em campo. É importante dizer que o juiz de campo deve ser soberano para acatar ou recusar o chamado do quarto árbitro, bem como decidir se o gol vale ou não.
Enquanto a FIFA se mantém longe de atravessar essa porta, certo mesmo é que a polêmica do uso da tecnologia no futebol continuará, ela própria, mantendo vivas as discussões de bar.
Reportagem retirada da Revista Placar do mês de março de 2013. Por Fabio Soares, Design de Gustavo Bacan.
Já passou da hora de usarem a bola com chip.
ResponderExcluirMeteria Crt C da porra!
ResponderExcluirhttp://placar.abril.com.br/materia/tecnologia-ja-o-futebol-precisa-urgentemente-da-arbitragem-eletronica/
Não leu não? tá escrito no rodapé que foi retirado de lá, afs '-'
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